sexta-feira, 23 de maio de 2008

Como eu te amo, TRICOLOR!

Texto de Alexandre Oliveira, publicado no blog do torcedor - São Paulo, do globoesporte.com:

"Hoje uma nação inteira está triste.
Triste por uma derrota que não precisava ter sido.
Triste por ver o sonho adiado por um pouco mais.
… Virá a galhofa, a troça, a pândega que a imprensa reserva aos derrotados. Virão as grosserias, as brincadeiras de duplo sentido que essa nação tem recebido da torpe torcida adversária – e, por nobreza, a ignorar – por pura e destilada invídia dos pequeninos.
Virão também as auto-ponderações: “não há razão para se abater por causa de um simples jogo…”, “ano que vem, estamos de volta…”, e os intermináveis ‘justificatórios’ de que os suplantados se utilizam nessas horas.
É a hora de se utilizar da razão. Mas, lá no fundo, vem a questão: o que tem a ver o inebriante esporte bretão com a razão? Nada… É paixão pura, e por isso, inexplicável, como inexplicáveis são as matizes psicológicas que ele gera – seja na vitória, seja na derrota. Mas ainda cabe a razão, por paradoxal que pareça.
Enfim… hoje há uma nação triste. Perdemos um jogo de um modo que não deveria ter acontecido.
E me pergunto: quais bruxas devemos queimar, quais bodes expiatórios devemos lançar fora dos muros? A quem, pois, devemos culpar?
Agora, passada a emoção do momento, afirmo com convicção: NINGUÉM.
Sabem por quê?
Porque no coração que ostenta as três cores – a vermelha, a branca e a preta – não cabe esse tipo de reação. Passou. Foi uma derrota, duríssima… mas passou.
Hoje começa o planejamento para a próxima Libertadores.
Porque esse clube é diferente.
Esse clube não representa uma classe social. Tampouco uma colônia.
Esse clube representa, acima de tudo, uma estirpe, uma raça. Forte. Persistente. Que, em seus primórdios, lutou contra tudo e todos pela própria existência.
E que renasceu das cinzas (mais de uma vez), como uma fênix mitológica pronta a começar de novo, e de novo, e de novo, a belíssima história que o destino lhe reservara – e que hoje conhecemos.
Para que se inserisse entre os grandes e, suplantando-os, fosse o Primeiro. Como o é. Pese a quem pesar.
Esse espírito é o espírito de todo e cada são-paulino.
Pois quem torce para esse clube pode até sofrer, às vezes. Mas não é sofredor.
E não precisa que o clube do coração seja “fuga para frustrações”, “consolo pelas mazelas da vida”, como persistem em qualificar algumas agremiações por aí.
Esse clube não tem nada a provar. Não buscamos conquistar, pois já conquistamos tudo: buscamos apenas confirmar aquilo que já somos. A cada dia.
E até nossos mais ferrenhos adversários sabem o que somos: o Primeiro.
Por isso se incomodam, e nos invejam, e nos insultam…
Perdemos para um grande adversário, que não se abateu, lutou até o fim.
Talvez aí esteja nossa lição.
Mas o principal é saber que o São Paulo permanece. Perene. Sem traumas. Sem ‘crise’.
Porque ‘crise’ é para clubes que não ganham há muito tempo. Ou pior: para clubes que nunca ganharam…
Esse ano não tem mais Libertadores para a gente, por meros detalhes.
Mas ano que vem terá. De novo.
E vamos trabalhar para manter tudo o que conquistamos até hoje. O que exige muito trabalho.
Pois nós somos o São Paulo Futebol Clube."

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