quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Maria Elisabeth Pinto Ferraz Luz Fasanelli

Eu tive o prazer de ser assessora dessa brilhante desembargadora que, mesmo após a descoberta do câncer no pulmão, continuou comprometida com os processos que lhe foram distribuídos e com o bom andamento de seu gabinete. Seu maior sonho era transformar esse terrível mal em uma moléstia crônica, para que pudesse voltar ao trabalho nos intervalos da quimioterapia. Infelizmente não se realizou.

O Judiciário Trabalhista perde uma magistrada honesta, guerreira, que brigava sempre pelo Direito e pelo Justo, não admitindo vistas grossas a cada caso em particular, tampouco fazendo lobby para ser promovida. De inegável saber jurídico, deixava todos que a cercavam boquiabertos de admiração por tanto conhecimento: juízes, advogados, partes, entre outros.

Obrigadíssima por tudo! Um exemplo a ser seguido certamente.

Segue uma singela homenagem realizada pelo jornalista Willian Vieira, publicada na Folha de São Paulo no dia 18.11.2007:

"Maria Fasanelli, uma respeitável toga.

WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Todos reconheciam um voto ou decisão da desembargadora Maria Elisabeth Fasanelli pela redação -impecável no texto e no estilo. O que a tornava, dizem os colegas, a "poetiza do tribunal".Apaixonada por textos jurídicos, escrevia cada um de forma "artesanal", à mão, revisando um por um quando digitados pelas secretárias. "Adorava um processo difícil", que a fizesse perder noites de sono, consultar cânones jurídicos e revisar "princípios básicos da justiça".Paulistana discreta, era sutil no tom pastel das roupas e no tom controlado da voz. Mas chamava a atenção dos funcionários do gabinete -porque "lia cada um dos processos que julgava da primeira à ultima página" e porque não usava o carro oficial ou o telefone do tribunal para assuntos pessoais.Formada pela Faculdade do Largo de S. Francisco, entrou para o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em 1984, quando seu marido, José Fasanelli, já era juiz no mesmo tribunal -ambos seguiram exatamente a mesma carreira, ele bem antes, por ser 30 anos mais velho. Ela foi desembargadora até os últimos dias.Que foram difíceis -ao descobrir o câncer, sua coerência exigiu honestidade do médico, que disse, sem rodeios, que ela não veria o novo ano. Morreu no dia oito em São Paulo, aos 57."

3 comentários:

Tata disse...

chiuf!

Anônimo disse...

conheci a desembargadora elisabeth fasanelli,assim como seu marido, no ano de 1996, pessoa que irradiava uma simpatia grandiosa, anos se passaram sem que nos vissemos,porém a lembrança daquela alma simples me impelia mencioná-la para futuros pretendentes à magistratura, como pessoa de extrema inteligência.amigos, conhecidos perdem um ser admirável.
eliane chagas-médica

Unknown disse...

Babete foi meu ídolo de infância, seu pai era grande amigo do meu. Só posso lamentar.