
Dessa vez acordamos às 05h00 para ver o sol nascer. Ficamos de prontidão bem no marco do Pico dos Três Estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais ainda dormiam quando o dia começou a sorrir para a gente. O céu alaranjado denunciava a chegada do astro principal: mais um fascínio da natureza. Simplesmente lindo.
Desfrutamos o último café da manhã do alto das montanhas. Tiramos várias fotos, mentalizamos nossa gratidão e preparamos a bagagem para a marcha derradeira. Despedimo-nos do Rio de Janeiro e de São Paulo e zarpamos às 09h00 rumo a Minas Gerais.
Dessa vez a descida prevalecia... haja joelho para agüentar! De novo o bastão de montanhismo foi extremamente importante. Engraçado é que, apesar do corpo estar um bagaço, suportava facilmente, por habitual, a penosa caminhada. Acho que existe um piloto automático em nosso organismo!
Não menos imponente foi a pintura da volta. Passamos por lugares fantásticos, escalamos montes rochosos, atravessamos túneis formados por bambus. Cruzamos, ainda, um cume similar a uma passarela natural, em formato de arco. Coisa mais bela! Entendemos bem o porquê do nome "Serra Fina".

Inacreditavelmente alcançamos um caminho de terra totalmente plano: bastava seguir em linha reta. Pernas? Andavam sozinhas, sem dor. Tirar a mochila causaria desequilíbrio, porque seu peso já estava adaptado ao corpo. Todos estavam sedentos, as garrafas vazias. Encontramos água só às 16h00. Terminamos de descer o Alto dos Ivos às 17h00.
Comboza esperava a galera na Fazenda Ecológica Engenho da Serra, em Pierre. A viagem de volta para Itajubá/MG foi outra nova aventura... duas horas e meia de estrada. Silêncio absoluto, ninguém conseguia falar nada. Observamos, da Dutra, a Serra Fina: jamais será a mesma! Na Triboo, às 21h00, todos se despediram. Vitória!
Quase 01h00 da madrugada, eu e Olhos Verdes chegamos em casa. Calados, direto para o chuveiro, banho demorado (que delícia!) e... cama!!! Quentinha, macia, tudo de bom. Adoramos a travessia, mas também não somos bobos! Conforto, de vez em quando, a gente gosta. No fim de tudo, apenas uma frase a dizer: valeu cada gota de suor.